sábado, 28 de janeiro de 2012

Meu caminho ...

O cavalo sempre esteve presente na minha vida desde muito tempo.Meu pai quando iniciou na pecuária na década de 60, sempre fez uso do cavalo como instrumento de trabalho e por suas relações de amizades, em 1978 adquiriu seus primeiros ventres registrados e fundou a Cabanha Harmonia.
Essa relação com o cavalo levou-me a escolher a Medicina Veterinária como profissão, e a cidade de Bagé como lar durante alguns anos.Bagé é um dos principais berços da raça, e esse contato com grandes criadores no dia a dia, sedimentaram muito meus conceitos de criação.Observava e ouvia a todos com admiração pois estava ao lado de grande parte da história do Crioulo.
A oportunidade de prestar concurso para Inspetor Técnico da ABCCC em 2001, colocou a prova parte dessas experiências adquiridas, ficando na condição de reserva entre mais de 130 participantes.
Segui profissionalmente minha vida, mas confesso que esperei um chamado durante algum tempo.Passados 5 anos um dia me liga o baixinho Vilson perguntando se eu não queria assumir como Inspetor, atendendo um chamado do Conselho Técnico, à época presidido pelo Mariozinho Suñé.Felicidade por concretizar mais um sonho, era pouco para expressar o que senti naquele momento.
Trabalhei a campo durante 6 anos, e nesse tempo conheci muita gente e lugares novos.Atendi em todos os cantos do Rio Grande, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rondônia; inspecionei animais no Chile, Argentina e Uruguai; supervisionei a Classificatória ao Freio de Ouro de Buenos Aires, três classificatórias no Brasil, final nacional de Paleteada, Paleteada Internacional, Campereada, Rédeas e Provas Jovens, duas morfologias e uma final do Freio de Ouro, todas na Expointer.Supervisionei também durante esses 6 anos a ampla maioria das provas do ciclo do Enduro e duas finais Nacionais de Marcha de Resistência, modalidade esta que conheci e aprendi a respeitar como um dos principais pilares da raça.Participei da equipe responsável pela coleta para o antidopping e tenho no currículo duas prévias para a morfologia da Expointer.Nesse tempo calculo ter resenhado cerca de 10000 potrancos e confirmado 2500 animais.Tudo isso era muito mais do que eu podia esperar para tão pouco tempo de trabalho.
No final de 2011 recebi o convite para assumir a Superintendência do Serviço de Registro Genealógico da ABCCC e confesso que fiquei surpreso e honrado pela deferência pois seria um enorme desafio pessoal e também a oportunidade de conviver de forma mais cotidiana com minha família, o que até então não era possível.Não foi uma decisão fácil de ser tomada, pois acabei abrindo mão de todo o trabalho desenvolvido junto aos criadores ao longo de tantos anos para, em meu pensamento, prestar com o mesmo empenho um trabalho institucional.
Quero seguir servindo a todos os criadores mas em outra frente, tomando decisões que beneficiem o coletivo e sempre levando em conta o Estatuto e nosso Regulamento do Serviço de Registro e a responsabilidade de ser delegado pelo Ministério da Agricultura do Brasil e pela diretoria da ABCCC.
Passaram-se muitos anos desde meu primeiro contato com os cavalos, foi uma caminhada marcada pela perseverança, pela fé naquilo que acredito e pelo apoio incondicional dos meus familiares e amigos.Tenho consciência que a instituição é muito maior do qualquer nome que dela participa, pois somos apenas trabalhadores em prol desta raça sem fronteiras.